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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

[Fátima] Das contrações ao parto...


A minha gravidez foi uma maravilha, eu não senti nenhuma dorzinha, nem tive sangramento, nem precisei de repouso... Nada! Foi decidido até mesmo pelo lúpus, que evitaríamos o máximo a cesárea. O risco de trombose era grande, além de eu ser imunossuprimida, tudo em mim inflama com mais facilidade, essas coisas. E eu sempre achei parto normal um luxo, "digasse di passage"...

No dia 2 de outubro de 2007 (já com 39 semanas), lá pras 23h, eu comecei a sentir umas contrações leves, e pensei: "Será já a hora? AIKE LINDO!! FINALMENTE!"... As contrações foram se tornando mais intensas e o espaço entre elas foi diminuindo! Beleza... o hospital que eu pari (o que o plano de saúde cobria) não tinha obstetra de plantão e só aceitava grávidas já em trabalho de parto, então era hora de ligar para a obstetra que não atendeu as 100 chamadas que fiz e incomodar os vizinhos que tinham carro (Beijo para Elaine e para o Levi) ...Só me restou ir para o estacionamento do hospital esperar a minha bolsa estourar... Me julguem! Foi o que consegui pensar na hora, ué...

Eu sou uma pessoa calma, e nunca achei que gravidez fosse bicho de sete cabeças, então me arrumei direitinho, tomei um banho relaxante, arrumei minha bolsa e fui pro hospital. Cheguei lá, as dores passaram e eu consegui falar com a médica que me orientou a tomar um remedinho para dor caso ela voltasse, mas que ficasse atenta aos sinais de trabalho de parto. E volta a Fátima #chatiada ainda com a barriga para a casa...

Passei o dia bem, comi horrores, dormi horrores também, até que às 19h as contrações voltaram, mas voltaram com muita força. O remedinho não adiantou e eu tornei a ligar para a médica que me disse que eu estava "muito calma" para estar em trabalho de parto. Me orientou a ir ao um hospital público (que ela dava plantão, mas não estava no dia) aqui perto da minha casa para ser examinada por um obstetra (sim, eu cismei de ter contrações nos dias que a minha obstetra não atendia). Parti pro hospital, fui examinada por um médico lindão que disse que eu estava sim em trabalho de parto, mas que achava melhor eu ir pra casa e descansar porque ia demorar a nascer. E volta a Fátima #chatiada ainda com a barriga para a casa...

Eu não sei se foi o toque bruto do médico lindão, ou o excesso de buracos que o carro passou até eu chegar em casa, mas quando eu pisei na soleira da porta, a minha bolsa estourou! AÊ! A MINHA BOLSA ESTOUROU!! ALELUIA!! VAI NASCER!! (já eram 23h do dia 3 de outubro de 2007)

E lá fui eu (de novo) para o hospital, finalmente ter o meu bebê. O que eu lembro depois do que cheguei lá foi: dor, dor, dor, pessoas olhando a minha "dilatação", dor, esmagar a mão do meu pai numa contração, vontade de fazer força e não poder, fome, dor, médica chegando às 5h da manhã do dia 4 de outubro e perguntando o porquê de eu estar com cara de quem não estava sentindo dor.

Eu tive realmente muitas contrações (que a obstetra disse que eram leves), mas nada de dilatação... A bolsa tinha estourado tinha 12 horas e eu não tinha mais tempo: precisei recorrer à cesárea. Sobre ela não tenho muito a contar, deu medinho de tomar a anestesia, mas foi de boa. Foi rápido, a criança precisava nascer logo! Nasceu, chorou, me trouxeram para ver, eu examinei pra ver se faltava alguma coisa (sim, mães tem dessas), tirei até uma foto:

Mamãe, Milena e o Vovô Chico (04/10/2007 - 11h:55min)

Depois foi voltar pro quarto, e aguardar (com fome) o efeito chato da anestesia passar para eu finalmente ter o meu pacotinho em mãos. Gente, que pacotinho pequenininho e lindo... A carinha de joelho mais linda que eu já vi!

Foi bom! É bom ser mãe, mesmo com toda a dificuldade que eu tenho e das minhas briguinhas diárias com ela (isso vai ser colocado aqui em breve. Vocês vão se divertir, garanto!), é como se uma parte do seu amor mais puro fosse projetado pra fora de você e estivesse ali vivo para você fazer crescer mais e mais... É a única "coisinha" que posso dizer com toda a certeza que amo de verdade! Ówn! Emocioney!

Tá, e depois de toda essa manifestação de carinho, eu vou lá dar um "cheiro" na Milena e encerrar o post antes que eu chore, tá bom?!

Beijo nas crianças! =***


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

[Fátima] A ansiedade que crescia junto com o bebê


Desde quando me entendo por gente, a ansiedade esteve presente na minha vida. Agora, imaginem uma pessoa ansiosa e grávida? Sim, eu estava doida para ver o rosto do meu bebezinho... EU QUERIA PARIR LOGO, SENHOR! Como eu disse no post anterior, descobri a gravidez já na 22ª semana. Levando em conta que meu bebê nasceu com 39 semanas e 5 dias, eu tive 17 semanas e 5 dias pra ficar louca, mas muito, mas muito louca de ansiedade...

Aí eu comia, muita coisa! Nos meus 3 primeiros meses de gravidez (quando ainda não sabia do "serzinho" dentro de mim), eu estava na minha primeira crise do Lúpus e não conseguia comer porque tinha lesões demais no meu céu da boca, então emagreci 10kg. Só que a crise tinha passado e eu tinha me tornado a "taurina grávida ansiosa"(e com 10kg de "bala na agulha" para engordar). Como era mágico e prazeroso sentar na mesa do café da manhã, desfrutar de toda aquela variedade de comida (porque quando você tá grávida, todo o mundo te mima com comida, é um fato) e depois, mais do que satisfeita, se sentir enjoada e vomitar tudo, claro! Porque grávida ansiosa tem dessas coisas!

E parece que tudo demora mais quando existe essa tal de ansiedade. Eu precisei de 3 ultrassonografias para descobrir que esperava uma menina, por exemplo. Aliás, eu chamei tanto de "bebê" por não saber o sexo, que passei a crer que esperava um menino, mesmo com todo o mundo me dizendo: "Mimimi, se está com as pernas fechadas,  é menina!"... E ela tinha que fechar as pernas para fazer mais suspense! Se era para deixar a mamãe louca, que deixasse desde dentro da barriga!

Outra coisa que me ajudou muito a controlar isso tudo foi o ponto cruz! Eu bordava como se não houvesse amanhã. Todo lugar que eu ia, estava acompanhada pelas linhas, agulhas, toalhinhas e um lanchinho! Porque ninguém trabalha com fome! Foi realmente uma pena eu não ter uma máquina de costura e só ter aprendido tricô quando minha filha já tinha 2 anos... Fazer o próprio enxoval é uma terapia das boas. Eu super aconselho!

Na época pareceu uma eternidade, mas revivendo a experiência enquanto escrevo, vejo é que passou rápido demais... A dica que deixo para as gestantes é que aproveitem ao máximo esse período porque é único e dá uma saudaaaade depois! Tenham calma, paciência e ocupem bem suas mentes com coisas boas. Não liguem se todo o mundo acha que vocês estão umas chatas por só falar sobre gestação, parto e aleitamento materno. Vocês podem ser chatas o quanto quiserem porque têm pessoinhas dentro de vocês e pronto! Argumento melhor que esse não existe! ;)

Beijinhos!!


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

[Fátima] A notícia (ou susto) da gravidez não planejada


Lembro como se fosse hoje o filme que passou pela minha cabeça quando recebi a notícia da gravidez. Estava eu lá, fazendo uma ultrassonografia rotineira do Lúpus para saber o motivo da minha menarca de quase 1 ano, quando de repente a médica me falou: "Vc tá grávida, né?".............. "O QUEEEEE, MOÇA? Mas como eu posso estar grávida se não faço nada há 4 meses? Isso tá quebrado, tá errado! 'NAO PODE SE'!". Mas era: um bebê já com 22 semanas.

Na hora, não consegui ficar feliz e nem triste... Um mundo de preocupações recaiu sobre a minha cabeça. Eu, doente, me entupindo de remédios, sem trabalho, sem namorado e com uma mãe severa me aguardando do lado de fora do consultório...

Mas eu precisava parir, então dei a notícia para a vovó, que ficou tão anestesiada com toda aquela gama de informações, que respondeu com um simples: "Ué... então tem que criar!". A parte pior (pelo menos para mim) já tinha passado, porém ainda havia a dúvida relacionada aos remédios. Eu não conseguia ficar feliz porque eu não sabia se poderia continuar com aquela gestação. Só que eu já sentia o bebê dentro de mim, a minha barriga cresceu no caminho do consultório até em casa, eu já sentia mexer, já sentia tudo! Fiquei num dilema durante uns 3 dias, até conseguir uma consulta com o médico do Lúpus que falou que estava tudo ótimo e eu poderia ter o bebê!

Pronto! Agora eu podia comemorar, contar para o mundo, soltar rojões, mimimi... Mas e o pré-natal? Nenhum obstetra queria me aceitar nas minhas condições de grávida negligente (#ficaadica para as futuras mamães: Comecem o pré-natal antes de engravidar, se possível... porque quanto mais se espera, maior o esporro que se leva do médico D: ). Ninguém estava interessado em ouvir a história da louca com Lúpus que não sabia que estava grávida, até que uma boa alma corajosa resolveu pegar o meu caso (um beijo para a Drª. Juliana).

O próximo passo seria o enxoval mesmo. Enxoval corrido, a maioria das coisas doadas e eu fui sagaz de fazer 2 chás de bebês: um de "acessórios" para a família e um só de fraldas "prazamiga". Isso realmente me salvou!

Acho que descobri minha gravidez no momento certo, eu estava esperando uma notícia ruim relacionada à doença e tive o sinal de que tinha saúde a ponto de "gerar"! Gerar é incrível, aliás... Mas isso fica pra outro post!!
Beijinhos!! ;**