quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

[Naluh] Sobre a família que largou tudo e foi viver como humanos no meio do mato

ou "O dia em que Naluh chorou com uma dorzinha no peito por ter tantas coisas que quer fazer no mundo-muderno-civilizado-acadêmico ao mesmo tempo em que quer largar tudo e ir viver numa comunidade alternativa autosustentável no meio da Chapada dos Veadeiros bem perto de Alto Paraíso"

Oi, aqui é a Naluh numa edição extraordinária do Materna Ísis, rs.

Recentemente, num dia desses de janeiro, apareceu na minha timeline do Facebook uma reportagem do blog Nômades Digitais, dessas que marca nossa vida pra sempre. Era a história de uma família brasileira que decidiu largar a vida em Lagoa Santa, Minass Geraiss, e foi viver no meio do mato da Chapada Diamantina, na Bahia, uma vida linda, simples, onde viver mais importante do que o que a gente tem na vida, como se vive, como não se vive, como se ganha a vida, quem você é no mundo.

Gente, como aquilo doeu no meu coração. Mas uma dor boa. Ao mesmo tempo ruim. Mas boa. Não posso dizer que foi invejinha. Posso dizer que tocou numa necessidade da minha alma. Me comoveu dolorosamente. Não sei explicar.

Eles levaram o pequeno Tomé no colo e a Nina no bucho, pra viver uma vida linda, saudável e sem as neuroses com o capitalismo.

Foto: Manu Mello Franco, retirada do site Nômades Digitais

Há algum tempo eu venho trabalhando em mim tantas coisas, valorizando as coisas que realmente importam... Eu não preciso de tudo o que eu tenho, eu não preciso de tudo aquilo que me fizeram crer que eu precisava, eu não preciso ter tudo aquilo que por ventura em algum momento eu quis. Do que eu preciso então? De agradecer por ter uma casa, mesmo que ela nunca tenha sido terminada. Agradecer por ter roupas, mesmo que vira e mexe alguma dê uma manchadinha, tenha um fiozinho puxado e por precisar lavar com alguma frequencia para ter o que vestir... Agraceder por ter o que comer e o que beber quando preciso (rs). Preciso mesmo é olhar pro mundo e enxergar o que realmente importa! E o que importa é o amor, é viver, ser grato, se amar, cuidar de si próprio. Amar e cuidar das pessoas que nos são caras, com quem a gente se importa. É preciso tão pouco pra gente ser feliz de verdade! Eu mesma fui criada com tão pouco e fui uma criança tão feliz! Depois vem aquela enxurrada de falsas necessidades que faz a gente sentir que precisa de mais do que tem. Tudo fake.

Um dos meus mais caros projetos é uma casinha de madeira, construída pelas minhas mãos e as de meu marido, bem pequenininha, numa cidadezinha mais afastada - todavia perto o bastante da metrópole pois não quero largar a acadimia. Lá dentro da casinha, apenas o essencial. É nessa casinha é que planejo criar meu futuro rebento. Num quintal gramado, pra fazer acampamento de noite, com árvore de fruta pra pegar e comer ali mesmo, sem lavar. Pra ler na sombra da árvore, em voz alta. Pra correr pra chuva depois de um dia quente como os que temos vivido no Rio de Janeiro e depois correr pra casa, tomar uma chuveirada, colocar uma roupa limpinha e comer bolinho de chuva, feliz.

Não é tão radical quanto o que essa família fez, mas é bastante intenso pra mim. Quero ensinar valores pro meu bebê que permitam que ele seja feliz com muito ou com pouco. Quero proporcionar uma infância que ele vai lembrar com amor a vida inteira e que vai desejar proporcionar pra seu próprio filho um dia.

Algumas imagens do instagram da Manu, me remetem ao tipo de vida que eu quero viver/oferecer pro meu rebento, e elas estão aqui pra baixo... Espero que inspire...


Uma foto publicada por Free yourself🎈 (@manumelofranco) em




Querendo saber da história deles, contada pela Manu, é só ir no blog deles, Notas sobre uma escolha. Boa noite a todos. :)

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