quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

[Naluh] Das coisas que acontecem quando você publiciza suas tentativa de engravidar

Hoje aconteceu um negócio engraçado. Meu marido, conversando com um amigo deixou escapar detalhes íntimos sobre a minha não gravidez e sobre quando posso tentar de novo. haha Eu ri, porque realmente achei engraçado, porque sei que é um amigo muito querido, uma pessoa simples, bacana e que está torcendo por nós. A situação é quase constrangedora, mas eu levei de boas.

Então me lembrei da quantidade de pessoas que sabiam que estávamos esperando um positivo esse mês e que ficaram esperando notícias. É uma lista considerável. Nessa lista tem pelo menos 3 pessoas que tinham CERTEZA de que eu tinha conseguido (uma amiga até me disse que eu estava com cara de grávida). Eu não levei a sério a certeza alheia, porque sabia que sem um positivo de exame, eu não estava grávida, mas uma dessas pessoas me deixou muito balançada, e é muito por ela que eu acredito que o embrião não conseguiu desenvolver, mas que houve fecundação e implantação: minha avó de 92 anos de idade. Ela disse que eu estava grávida e eu tinha acabado de tentar. Ela está começando a perder a lucidez, mas adivinhou que estávamos tentando, e mais do que isso: sentenciou que eu estava grávida quando a porra ainda estava fresca. haha Eu nem discuti (ela engravidou 13 vezes, sabe das coisas haha). Às vezes ela esquecia disso, então quando minha mãe avisou a ela que minha menstruação havia descido, ela deu um salto e perguntou: "Ela abortou?!" hahaha Tadinha... Minha mãe explicou que a menstruação havia descido, mas não sei como ela assimilou, rs.

Isso sem contar chefe, colegas de trabalho, parentes em geral, melhores amigas, familiares das melhores amigas, amigos das melhores amigas, pessoas importantes da faculdade, leitores de um blog... hahaha

Mas quer saber? Não faria nada diferente. Uma pessoa ansiosa sofre demais guardando isso só pra si. Não me arrependo. E se hoje faço menos estardalhaço não é pelos outros e sim porque quero esquecer que estou tentando (que não tá funcionando muito), e porque acho que ainda não será esse mês. Não sei, alguma coisa me diz.

Então, para os que participam dessa saga, façam as contas. Sim, passou-se o tempo de um ciclo... Preciso ser mais explícita? Não, né... haha

Até mais!

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

[Fátima] O LES na minha vida de mãe

Assim como já disse para vocês, a minha gravidez foi uma maravilha... Tive que tomar uns cuidadinhos básicos na hora do parto, mas correu tudo bem! E eu realmente fiquei muito bem até a Milena fazer 2 anos.

Para quem não sabe, o LES (Lúpus Eritematoso Sistêmico) não tem cura e sim controle. Quando não há esse controle, ele faz com que seu próprio sistema imunológico te ataque, gerando infecções. Muitas coisas podem gerar uma crise, inclusive a gravidez... O meu, inclusive, só mostrou os sintomas porque fiquei grávida. Os estresses diários aliados à minha falta de disciplina com os remédios, (porque quando eu tô bem eu esqueço que eles existem... Sim, eu sei que tô errada) me fizeram ter uma nova crise em 2009.

Ele atacou meus rins, causando uma nefrite... Meus pés incharam, fiquei hipertensa e ainda tive que aumentar o uso da cortisona. Eu vivo um "amor bandido" com essa tal de cortisona porque ela controla o lúpus, porém a alta dosagem necrosou a cabeça dos meus dois fêmures e me fez perder parte dos movimentos do quadril. Isso causa dor constante... Uma dor que sinto há tanto tempo que já até acostumei.

Essa falta de movimentos, me trouxe grande dificuldade em fazer certas coisas em casa (como correr atrás de Milena, por exemplo). Sem contar que Milena desde cedinho viu toda a minha rotina médica, meu sofrimento na hora das dores... Isso fez com que ela crescesse com a imagem de uma mãe fraca! Por isso a minha falta de moral em alguns casos, além de perder as rédeas para a minha mãe.

Eu passei de 2009 até 2013 meio que sem rumo, num estado de conformismo, com o lúpus alternando entre atacar rins e coração, além de andar de muletas, depois bengala. Meu estado não era deplorável, mas eu não conseguia me sentir "mãe" daquela maneira, sem conseguir fazer nada. Nunca podia estar presente na escola porque não podia pegar sol, ou porque tinha que andar muito, não podia dançar com minha filha nas festas de criança e nem brincar de correr com ela. Aí veio a depressão e ajudou a ferrar com tudo... Depois de umas sessões de análise e muito rivotril (s2), minha mente fez um "BOOM!" e eu saí daquele mundinho de proteção que eu criei. Larguei a bengala de lado, porque fazia tempo que eu tinha me acostumado com a dor e já andava sem mancar, vi que dava para me encher de protetor solar e pegar sol sem morrer, passei a ser presente na escola e a dançar Anitta (>_<) com ela nas festas, mesmo que eu fique sem levantar da cama depois...

Sem contar que comecei a fazer um curso, sair de casa, ter uma vida... Aí, ela vem me enxergando como uma pessoa mais forte e, acima de tudo, como mãe dela e tem me dado mais crédito... Agora falta me obedecer mais... é um processo demoradinho, mas eu chego lá... #oremos

Beijinhos! =**

*Sim, eu sou indisciplinada como a Naluh... Tão indisciplinada que não consigo nem ter um horário certo para fazer os exercícios de Yoga que prometi que iria tentar com ela... Tão indisciplinada que esqueci que hoje era meu dia de postar e não programei o post... me julguem! E Naluh, me perdoa... pfvr?*

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

[Naluh] Yoga como preparação para gestação

É preciso que vocês saibam algumas coisas a meu respeito:

  1. Eu sou taurina e portanto comilona e preguiçosa - e isso me rendeu algumas gordurinhas em locais que tendem a ter gordurinhas...
  2. Eu sou uma pessoa noturna e a vida só começa pra mim depois das 10h. Acordar cedo pra mim, aquele cedo saudável, é as 8h. Antes disso é purgatório e meu dia todo se desenrola like hell.
  3. Eu não curto atividades físicas em geral. O que mais curti até hoje foi corrida e a yoga.
  4. Eu sou muito indisciplinada - por exemplo, só tomei uns 5 comprimidos da cartela do ácido fólico...
Partindo dessas informações, não é dificil concluir que meu planejamento para estar em boa forma para a gestação é um failure total, não é? POIS É.

A meu favor tenho o fato de que depois que eu vi um vídeo da Coca-cola sendo fervida e virando uma calda preta, toda vez que bebo, sinto o sabor super-ultra-mega ativo do açúcar e ela já não me satisfaz mais. Tenho bebido, portanto, litros e litros de água nesse verão, o que é maravilhótimo. 

Eu realmente queria não perder meu corpo depois da gestação, porque eu posso estar gordinha, mas eu me acho gostosa do tipo mulher-real-gostosa. E, por mais besta que isso possa parecer, grande parte da minha auto-estima vem do formato do meu corpo. Sempre tem coisas que a gente queria melhorar e talz, mas eu gosto dele e, pelos meus estudos, se eu quiser voltar rápido ao meu corpo de antes da gravidez, preciso amamentar e ter uma prática regular de exercícios anterior à gravidez.

Esse não é muito o momento para corrida na minha vida. A ideia de sair pra correr e voltar assada do sol não está nos meus planos. Tentei fazer caminhada com uma grande amiga, mas só fui uma vez (eu vou encontrar as forças, Nats. Prometo)... Passamos menos de uma hora caminhando e mais de 3 conversando, sentadas, confortavelmente num banquinho da Reitoria da UFF... A nosso favor, não havia cerveja no encontro.

Por fim, há muitos anos venho paquerando a yoga. Uma grande responsável por isso é a bailarina de Tribal Fusion Rachel Brice que é praticante há muitos anos e faz coisas incríveis enquanto dança. Em adição, eu sou uma pessoa ansiosa cuja mente está sempre falando. Eu falo alto e sou nervosa. Rôo unhas e tenho dificuldades para dormir periodicamente. Sempre tive grande consciência do quanto a prática de yoga pode me ajudar, e para completar, nunca vi um yogi gordo. Na verdade, esses dias encontrei uma mulher, mas foi a única além de Buddha...

Sempre brinco que yoga é o exercício perfeito pra mim porque posso fazer sentada e quase não se mexe. É uma piada. As pessoas riem. Não sei se porque elas não conhecem a yoga e por isso faz sentido, ou se porque elas conhecem a yoga e tem pena de mim... 

O fato é que eu tenho tentado, desde o início desse mês (e ano), fazer algumas coisas de yoga. Escolhi o Ashtanga Vinyasa por ser umas sequências fixas e não muito longas. Fiz umas cinco vezes só e, embora isso pareça ruim, é bom, é ótimo! Espero estar mais equilibrada emocionalmente e fisicamente até o fim do mês, de forma que eu possa continuar fazendo quando embarrigar.

Aém disso, leiam aqui e aqui os benefícios de se fazer yoga durante a gestação!

Aqui o vídeo que estou usando:




Espero que gostem!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

[Fátima] Pérolas da Milena

Complementando o post de ontem, resolvi resgatar algumas pérolas que a Milena solta em discussões comigo, ou numa conversa normal e também os desenhos inusitados que ela faz:

O dia em que ela chegou mal humorada do colégio

Entrou, jogou a mochila no chão da cozinha, foi até o quarto, tirou o tênis, pegou a chupeta, deitou na sala e dormiu... Enquanto a mamãe pensava com ela mesma se era possível uma menina já agir como adolescente aos 06 anos...

Conversa das Barbies

*Brincando sozinha com as Barbies*
Barbie 01: Amiga, por que você não trouxe minhas roupas?
Barbie 02: Desculpa, amiga, eu não sabia que era para trazer...
Barbie 01: Você nunca sabe de nada, sua inocente!

O Chorão morreu

Milena: Vó, você sabia que o Chorão morreu?
Vó: Não!
Milena: Ele morreu porque ele fumava muito crack!
(essa pergunta já foi feita para todos os familiares e amiguinhos do colégio)

Grifo

Milena: Mãe, mãe, mããããe!!! Grifo é aquele bicho com cabeça de pássaro e pé de leão, né?
Eu: É!!
Milena: ........... LEGAAAL!
*sai correndo sem dizer mais nada*

Discussão com a vovó

Vovó: MILENA, VOCÊ NÃO PARA DE APRONTAR!! PARECE ATÉ O SACI PERERÊ, AQUELE DE UMA PERNA SÓ!
Milena: ÔH, VÓ! O SACI PERERÊ NÃO TEM UMA PERNA SÓ... ELE TEM UMA PERNA IN-VI-SÍ-VEL!
*enquanto isso, a mamãe aqui trancada no banheiro chorando de rir*

Blefando

*Irritando a mamãe fingindo ser outra pessoa*
Eu: Milena, para...
*ainda fingindo ser outra pessoa*
Eu: MILENA, PARA!!
Milena: Calma, mãe... eu estou só blefando...

Aprendendo a confiar na Elsa

*assistindo Frozen pela 9374663534434ª vez*
Eu: Milena, muda um pouco de desenho... eu não aguento mais essas músicas!! Chega de "Let it go"!!
Milena: Mãe, você tem que aprender a confiar na Elsa!
...

Desenhos

Mamãe comendo criancinhas que dão em árvores

Quando eu vi esse desenho, imaginei que ela tinha me desenhado comendo criancinhas que dão em árvores, mas depois ela me explicou melhor dizendo: "Mãe, eu te desenhei grávida de mim, pegando a maçã com cara de gente do desenho 'A Laranja Irritante'..."
Perguntei sobre os OVNI's e ela respondeu: "São bocas com asas, mãe..."



Minotauro

Filha, o que vc aprendeu na escola hoje?
- O Rei morreu porque o Minotauro comeu ele... Hihihihihih!

(Em cima da palavra "Minotauro" é um coração com asas e chifrinhos porque, de acordo com ela, "O coração da mamãe não é normal!" ♥)



Lilith

- Mãe, quem é essa moça pelada no seu facebook?
- É a Lilith, Milena!
- Posso desenhar ela com roupa?
- Pode, mas tem que desenhar a cobra também!



Fantasma

Pedi para ela desenhar um hoje especialmente para eu postar aqui no blog e saiu esse. A descrição é: "Fantasma cacheado fazendo 'Uuuu', segurando a boneca bruxa marrom igual à minha tia Lisandra!"



Gostaram? Eu adorei!
Assim que juntar mais pérolas, eu posto aqui!!

Beijinhos! =**


quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

[Fátima] Criança tem querer sim

"Foi sem querer querendo..."

Vou fazer uma mudancinha básica nas minhas postagens agora: dei uma pausa nos posts sobre a "Milena bebê" porque senti vontade de contar para vocês como é minha rotina atual com ela. Vou escrever sobre os dias de hoje e os posts terão a etiqueta "Momentos atuais" e conforme eu for vendo necessidade (e lembrar também, porque já fazem 07 anos), eu volto a minha história... até porque tenho muita coisa para contar.

Moramos eu, ela, minha mãe e meu irmão e todo o dia tem briga: dela comigo, dela com minha mãe, da minha mãe comigo. E o problema maior que tenho todos dias são as discussões com a minha mãe sobre a criação de Milena. (isso vai virar post)

Devido aos anos que passei muito mal do Lúpus (eu vou escrever sobre isso também) a minha mãe teve que tomar as rédeas da educação da minha filha e eu fiquei no posto de "irmã mais velha". Isso não é bom porque, um fato que existe é que filhos adooooram irritar as mamães. Agora vocês imaginem quando junta a vontade de irritar a mamãe com a necessidade de chamar atenção por ser "irmã mais nova"? É realmente um problemão que venho tentando resolver.

No ano passado, eu tive uma melhora considerável e comecei a pegar as rédeas de volta. Tá sendo difícil, mas vejo melhora a cada dia! (Obrigada, 100or!)

Uma das coisas que eu sempre fiz questão foi que ela pudesse escolher o que ela quer: desde a roupa que vestir, até a música que ela ouve. A mamãe é do rock n' roll e a Milena curte Mc Gui! *mamãe chora em silêncio* Ensino os valores básicos sobre amar o ser humano e os animais, respeitar os mais velhos (não funciona muito), não falar com estranhos... Mas não como imposição. Apenas ensino como ser uma boa pessoa, deixando ela processar as coisas dentro da cabecinha dela e formar uma opinião sobre isso. Por exemplo: ela vê um casal homossexual e entende que aquilo é amor. Lógico que ela pergunta "Mãe, eles são 'gay'?", eu respondo que sim, ela não fala mais nada e age como se nada tivesse acontecido!

O mesmo acontece com os valores religiosos: A minha mãe é evangélica, a ensinou sobre Jesus, céu, inferno... Ela tinha uma visão toda medrosa das coisas não cristãs e isso eu já desconstruí, pelo menos. Por exemplo: ela não tem medo de vampiros, lobisomens, fantasmas! O que deixa a imaginação dela (que é fértil pra caramba) fluir naturalmente. As brincadeiras saíram do "Eu sou a mãe, vc é a filha" para "Eu sou a bruxa da floresta, você é fada do ar" ao mesmo tempo que o peito da mamãe aqui se estufa de orgulho por ver que ela é tão parecida comigo! ♥

Outra coisa foi apresentar a ela outros canais que não fossem os de desenho (nada contra, eu adoro a Disney). Ela ainda vê, porém a pego assistindo Discovery Channel, o Animal Planet e o Viva!... uma coisa que ela ama são as novelas antigas. Lógico que controlo as cenas, mas ela curte e quem sou eu para reclamar? (eu odeio novelas...)

Meu maior desafio no meio dessa liberdade toda é manter a voz ativa. Criança é um bicho muito sacana que quer te morder se você dá muita confiança. As guerras de opinião são diárias, porque agora ela sempre tem algo a acrescentar em tudo que eu digo e não entendeu ainda que é melhor ficar quieta quando tem alguém falando, que não se dá opinião em conversa de adultos e nem se espalha ao mundo o que se ouve dentro de casa... Estou trabalhando nisso, me desejem sorte! E se alguém tiver alguma sugestão de ajuda eu aceito afinal, "o bagulho anda doido" genty!

Beijinhos! =**


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

[Naluh] Sobre a família que largou tudo e foi viver como humanos no meio do mato

ou "O dia em que Naluh chorou com uma dorzinha no peito por ter tantas coisas que quer fazer no mundo-muderno-civilizado-acadêmico ao mesmo tempo em que quer largar tudo e ir viver numa comunidade alternativa autosustentável no meio da Chapada dos Veadeiros bem perto de Alto Paraíso"

Oi, aqui é a Naluh numa edição extraordinária do Materna Ísis, rs.

Recentemente, num dia desses de janeiro, apareceu na minha timeline do Facebook uma reportagem do blog Nômades Digitais, dessas que marca nossa vida pra sempre. Era a história de uma família brasileira que decidiu largar a vida em Lagoa Santa, Minass Geraiss, e foi viver no meio do mato da Chapada Diamantina, na Bahia, uma vida linda, simples, onde viver mais importante do que o que a gente tem na vida, como se vive, como não se vive, como se ganha a vida, quem você é no mundo.

Gente, como aquilo doeu no meu coração. Mas uma dor boa. Ao mesmo tempo ruim. Mas boa. Não posso dizer que foi invejinha. Posso dizer que tocou numa necessidade da minha alma. Me comoveu dolorosamente. Não sei explicar.

Eles levaram o pequeno Tomé no colo e a Nina no bucho, pra viver uma vida linda, saudável e sem as neuroses com o capitalismo.

Foto: Manu Mello Franco, retirada do site Nômades Digitais

Há algum tempo eu venho trabalhando em mim tantas coisas, valorizando as coisas que realmente importam... Eu não preciso de tudo o que eu tenho, eu não preciso de tudo aquilo que me fizeram crer que eu precisava, eu não preciso ter tudo aquilo que por ventura em algum momento eu quis. Do que eu preciso então? De agradecer por ter uma casa, mesmo que ela nunca tenha sido terminada. Agradecer por ter roupas, mesmo que vira e mexe alguma dê uma manchadinha, tenha um fiozinho puxado e por precisar lavar com alguma frequencia para ter o que vestir... Agraceder por ter o que comer e o que beber quando preciso (rs). Preciso mesmo é olhar pro mundo e enxergar o que realmente importa! E o que importa é o amor, é viver, ser grato, se amar, cuidar de si próprio. Amar e cuidar das pessoas que nos são caras, com quem a gente se importa. É preciso tão pouco pra gente ser feliz de verdade! Eu mesma fui criada com tão pouco e fui uma criança tão feliz! Depois vem aquela enxurrada de falsas necessidades que faz a gente sentir que precisa de mais do que tem. Tudo fake.

Um dos meus mais caros projetos é uma casinha de madeira, construída pelas minhas mãos e as de meu marido, bem pequenininha, numa cidadezinha mais afastada - todavia perto o bastante da metrópole pois não quero largar a acadimia. Lá dentro da casinha, apenas o essencial. É nessa casinha é que planejo criar meu futuro rebento. Num quintal gramado, pra fazer acampamento de noite, com árvore de fruta pra pegar e comer ali mesmo, sem lavar. Pra ler na sombra da árvore, em voz alta. Pra correr pra chuva depois de um dia quente como os que temos vivido no Rio de Janeiro e depois correr pra casa, tomar uma chuveirada, colocar uma roupa limpinha e comer bolinho de chuva, feliz.

Não é tão radical quanto o que essa família fez, mas é bastante intenso pra mim. Quero ensinar valores pro meu bebê que permitam que ele seja feliz com muito ou com pouco. Quero proporcionar uma infância que ele vai lembrar com amor a vida inteira e que vai desejar proporcionar pra seu próprio filho um dia.

Algumas imagens do instagram da Manu, me remetem ao tipo de vida que eu quero viver/oferecer pro meu rebento, e elas estão aqui pra baixo... Espero que inspire...


Uma foto publicada por Free yourself🎈 (@manumelofranco) em




Querendo saber da história deles, contada pela Manu, é só ir no blog deles, Notas sobre uma escolha. Boa noite a todos. :)

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

[Naluh] Para seguir em frente

Olá! Quero dar as boas-vindas, antes de tudo, ao grupo de estudos astrológicos que acompanhará este blog como parte de seus estudos, comparando as nossas postagens com o nosso mapa natal. Sejam bem-vindos!

Agora sim. :) Eu posso estar soando repetitiva, mas peço que me perdoem. Esse blog, antes de qualquer coisa, é um espaço onde possamos fazer a catarse de nossas emoções durante o processo de tentativas para engravidar e, no caso da Fátima, o processo de aprender a ser mãe.

Meu corpo eliminou meu embrião no início da 5ª semana de gestação. Eu não cheguei a ter um positivo, mas pensando e revendo as coisas que vivenciei, eu tive, definitivamente, os sintomas certos, e eles eram reais. Poucos dias antes da menstruação descer, com 7 dias completos de atraso, os sintomas desapareceram. Eu sabia que algo havia mudado, mas não sabia o que era. Era meu embrião que não desenvolveu.

Eu tive dor de cabeça, sensibilidade nos mamilos, aumento no apetite, sensibilidade emocional, atraso menstrual, muito sono, leves náuseas à noite, intestino preso e aumento de gases. Esses sintomas se apresentaram por cerca de 13 dias. Então, um por um, foram embora. No dia 16 de janeiro, minha menstruação desceu arrasante, com cólicas de brinde. Passei um dia difícil, triste. A cólica era a consciência da expectativa frustrada. A cada vez que sentia as cólicas, eu me lembrava de que não consegui.

Antes de ir para o trabalho, fiz uma sequência de yoga e senti que as emoções vieram para a flor da pele. Passei o dia com o choro preso. Fui pra praia com meu marido e meu irmão depois do trabalho, me banhei no mar, apreciei muito a paisagem, deixei as águas eternas fazerem seu trabalho de limpeza e restauração. De fato, minhas cólicas desapareceram enquanto estive no mar. As marés se sincronizam: as minhas com as do mar, minhas águas se acalmam. Foi lindo. Deixei a praia depois do por do sol, meio obliterado pelas nuvens de uma chuva que ameaça chegar e não chega nunca,  e marchei rumo à minha casa. Aqui, na cama, antes de dormir, chorei um pouquinho, baixinho.

Passei o final de semana me recuperando, me restaurando emocionalmente para seguir em frente. Com a consciência de que muita coisa precisa mudar, eu preciso mudar. A ansiedade não pode estar presente se eu quiser que isso funcione, e eu quero. Muito. Não sei se vou conseguir tão rápido, mas eu vou desacelerar e mais importante, não vou parar de tentar engravidar até que isso aconteça. Vou, ao contrário, construir minha mudança.

Eu não tomo remédios para a ansiedade, pra quase nada, na verdade. O máximo foram uns fitoterápicos para dormir num período muito difícil, há 2 anos. Entretanto, eu vou do 0 ao 100 na escala da ansiedade em segundos, e na da irritação, e na da raiva. Vivenciei cada uma dessas sensações na marca de intensidade 90/100, durante os 13 dias de fecundação/implantação. Em geral, com exceção da ansiedade, são sentimentos autocombustíveis: se consomem na mesma chama na qual nasceram. Mas a ansiedade não, essa danada. Ela fica aqui, disfarçada, espreitando, passeando sorrateira, me provocando azia. Ao menor motivo ela faz "TAH DAH" na minha frente e isso repercute no corpo inteiro.

É como uma caixinha dessas daqui do lado, amarrada em você. Você carrega com cuidado porque sabe o que tem dentro da caixa e não quer que ela abra, FAZ-DE-TUDO pra ela ficar fechada, e de repente dá um mole: a caixa abre e a ansiedade salta de dentro, tal qual o palhaço.

Como lidar, então?

O primeiro passo, a yoga. Sou autodidata, pratico na minha sala com vídeos do youtube. Procurem por "yoga aula iniciantes".

Segundo passo, tirar o aplicativo para controle do ciclo menstrual da tela inicial do celular. Eu sei que não vou esquecer do meu período fértil, eu acho. Principalmente porque tenho mittelschmertz, mas eu vou tentar. É preciso

Terceiro passo, passear bastante. Preciso de endorfina, de dopamina, de serotonina e ocitocina e a melhor forma de conseguir é promovendo a felicidade. Vou apostar em praias e no mar.

Quarto passo, namorar como se não houvesse amanhã. Se eu quero engravidar, não preciso evitar. Se eu não preciso evitar, então vamos acabar com a paranoia de período fértil. Todo dia, a qualquer hora é hora de ser feliz.

Quinto passo: dar uma pausa nas postagens no estilo diário das tentativas. Quando tiver necessidade de transbordar por aqui, eu farei. Mas meu esforço agora será para esquecer que sou tentante. No blog, vou publicar conteúdo no tema, mas não pessoais até que saia um positivo. Espero que compreendam.

Até depois de amanhã!
Beijos


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

[Fátima] O dia em que o bebê mamou mais do que devia

Fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/amamentar-e-ter-afinidade-com-o-bebe/

Como eu disse no último post, eu não sabia amamentar e a Milena mamava como se não houvesse amanhã. Meu peito feriu e quando eu ouvia o chorinho dela de fome, eu chorava junto imaginando a dor que eu ia sentir.

A vovó teimava em dizer que meu "leite era fraco", porque eu era doente, porque eu tomava muito remédio e que a bebê estava passando fome. Insistiu durante horas ao meu ouvido para que eu comprasse o maldito NAN® e eu acabei cedendo. Até porque o meu peito também estava necessitado de um alívio! ¬¬'

A Milena tinha acabado de esvaziar meus dois seios, se passaram 10 minutos e ela começou a chorar, chorar, chorar... A vovó teimava que era fome enquanto aquele inferno mental se formava na minha cabeça. Fui até a cozinha, preparei metade dos "ml's" que a lata caríssima de NAN® orientava a fazer e dei... Ela fez questão de mamar tudinho rapidamente e em seguida, vomitar (ou "gorfar") todo... todo... TODO... o complemento na minha cara... *chora, Fátima*

Eu ainda intercalei o NAN® com algumas mamadas porque realmente eu sentia muita dor ao amamentá-la toda a hora (e também porque aquilo era caro e aquela lata tinha que acabar), mas não a fazia muito bem. Deu prisão de ventre, cólicas, essas coisinhas chatas de recém-nascido que a gente fica na dúvida se teria se só mamasse no peito.

Aí levei na pediatra, que mandou eu parar com o NAN® e a educasse a só pegar o peito com intervalos de 1h e meia, para começar... E que, se ela chorasse muito nos intervalos, eu desse um cadinho de água. Sim! As mamães mais radicais podem dizer que bebê que só mama no peito não sente sede, porém minha filha nasceu em outubro, e nós morávamos numa casa sem laje, apenas com um telhado de telha "Brasilit®" = calor dos infernos.

O bom disso tudo é que ela cresceu gostando de beber muita água, e esse costume perdura até hoje. O método deu certo, ela só mamou leite de peito e bebeu água até 6 meses. Não era um bebê gordão, daqueles que todo o mundo gosta de ver, mas também não era abaixo do peso e nem teve probleminhas por tomar uma aguinha de vez em quando, viu?!

Com o tempo, o meus seios melhoraram e ela parou também de mamar de 10 em 10 minutos. Eu não sei se eu fazia errado, ou se isso é normal de recém-nascido mesmo, ou se aconteceu só com ela, mas com 3 meses parecia que tudo já estava dando certo... Pelo menos essa fase já estava vencida! E mal sabia eu que outras ainda estavam por vir...

Agradecimentos especiais

Hoje, eu tenho agradecimentos especiais a fazer: primeiro à minha irmã gêmea com 3 anos e 3 dias de diferença, Naluh!! Sem ela, esse blog não seria possível! Em seguida, às nossas fiéis seguidoras Nats e Barbara e ao pessoal que nos acompanha pelo facebook curtindo e comentando! Nosso blog está com um sucesso que eu não esperava!! Estou super feliz!! Vou até distribuir amores porque sou mentira fofíssima: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

Beijinhos! =***


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

[Naluh] Não foi dessa vez, ou “Não estou grávida”

É apenas uma piada, relaxem, eu não tô nessa vibe aqui não...
Imagem: www.freedigitalphotos.net

Apesar dos esforços, haha, não foi nesse mês que o embrião conseguiu se fixar na parede do útero. Fizemos tudo certinho, mas não aconteceu. Agora eu tenho um tempinho a mais para continuar no ácido fólico (que na verdade eu acabo esquecendo de tomar) e para as atividades físicas que só comecei nos últimos dias de dezembro (forma muito irregular).

Fiquei atrasada por 7 dias completos (um recorde na história dos meus atrasos, indeed), tive sonhos de grávida, fiquei mais sensível emocionalmente... Sonhei que perdia muito sangue, sonhei um monte de coisa, mas acabou que era apenas a ansiedade. Se a M não tivesse descido, eu faria o Beta hCG em uma semana, mas estou aliviada que ela desceu. A pior parte pra mim era a indefinição. Mas, sim, foi estranho ter a certeza de que os negativos da farmácia estavam certos, de que eu não estou grávida.

De algum modo, eu sabia. Não conseguia me imaginar com a barriga grande ou com o bebê no colo. Apenas com muito esforço e ainda assim, muito vagamente. Mas eu desejava estar, eu esperava que estivesse.

Enfim, não sei se vou tentar de novo esse mês, criar um filho escorpiano é muito barra pesada pra uma taurina, rs... Mas talvez eu tente. Dessa vez vou seguir o conselho da Bá (Fátima) e desencanar de período fértil, e encher o potinho como se não houvesse amanhã. Como sou uma pessoa ansiosa estou realmente preocupada de isso atrapalhar o processo.

A parte engraçada nisso tudo foi avisar azamiga no whatsapp “not pregnant”, “a monstra desceu, sem bebê aqui”... hahaha

Hayla, minha filha (enteada), você ainda reina absoluta no coração de papai. A corregência ainda demora mais um pouquinho. haha

Deseje-nos sorte!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

[Fátima] Os terríveis primeiros dias


Depois que Milena nasceu, eu só pensava em como seria lindo deitar na minha caminha confortável e dormir sem o barrigão... Só que o vovô Chico, antes de me levar para casa, resolveu passar na casa da "Bisa Maria" para mostrar pra todo o mundo o "pacotinho novo". Tá, dava pra aguentar mais umas horinhas a mais... (Não, eu só fui educada...)

Acho que um dos meus maiores problemas é a dificuldade de me impor em certas situações, por exemplo: teve um dia que recebi uns 10 parentes ao mesmo tempo para conhecer o bebê. Isso na primeira semana... Foi estressante, virou festa, todos dizendo o que fazer e o que não fazer. (#ficaadica para as mamães: vocês podem e devem estabelecer um limite de visitantes por semana. Não se preocupem em parecer antipáticas! E para os visitantes: pelo amor... Deem uma trégua para as recentes mamães!)

Outra coisa dificultosa para mim foi amamentar. Eu não aprendi o jeito certo. Me ensinaram 847623853423654 vezes e eu não aprendi, então a Milena mamou do jeito errado mesmo. Me feriu, me esfolou, sangrou, eu chorei... muita coisa... E foi assim até meu peito "acostumar". E ela mamava toda a hora, já nasceu "fominha"!

E na hora de dormir? Bem, dormir direito não foi possível. Eu planejei nunca acostumá-la dormir comigo. Ia conseguir levantar 38373464 vezes na noite, trocar fraldas, amamentar, botar ela para arrotar e pra dormir de novo, no berço. Falhei, no  primeiro dia... Não deu, gente... desculpem...

Os primeiros dias são muito difíceis, mas passam e no final tudo fica sincronizado! Relaxem então, ok?

Beijinhos! =**

*Queria escrever mais, porém estou cochilando no teclado... e um fato sobre a Fátima aqui é que ela quase nunca tem sono e é usuária de rivotril. Então cochilar sem ele é um milagre! Mereço até "applause"!*



quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

[Naluh] A pior parte é a espera pra saber se é positivo ou negativo

Imagem: http://emagrecerrapido.info/dieta-radical-%E2%80%93-10-kg-em-14-dias/

Bom dia a todos...

Eu gostaria de estar postando hoje uma comemoração ao meu positivo, mas ainda não consegui um positivo. Acreditei no teste de farmácia que dizia que já detectava no primeiro dia de atraso e tudo o que consegui foram três negativos.

Entretanto, continuo atrasada, estou no 6º dia de atraso e, segundo o laboratório e a mãe da Fátima, é melhor esperar 15 dias para fazer o exame.

Fiz meu primeiro teste no sábado, e deixei a urina passar da linha limite. Resultado, negativo. Quase morri de ansiedade. Não conseguia acreditar que tinha dado tamanho mole. Eu consegui conter a ansiedade por 14 dias (depois do dia da ovulação) e no dia do teste eu consigo estragar o teste. Quase morri. rs. Foi uma manhã difícil. Fui na rua e comprei mais dois testes. Um eu fiz assim que comprei, por volta das 11 horas. Resultado: negativo. O outro decidi que faria na terça-feira, dia 13 (ontem). Fiz tudo certinho, resultado: negativo.

Naquela manhã liguei para trocentos laboratórios de Niterói. Os preços do beta HCG, os mais variados. De 26 a SESSENTA REAIS!! E o melhor: R$60,00 pra não entregar o resultado no mesmo dia! Gente!!

Estava desde cedo pertubando a Nats e a Fátima no Whatsapp (sofredoras...) e a Fátima me sugeriu o Labormed. Liguei pra lá e a maravilhosa notícia: teste no valor de R$15,00, com resultado às 20h, pela internet! Lindo demais! Obrigada, Bá! A parte ruim é que a médica responsável pelo laboratório sentenciou: atraso de pelo menos 15 dias pra fazer o teste.

É tanta ansiedade na minha cabeça e no meu estômago, que eu já comecei a me questionar se meu atraso não é efeito da própria ansiedade. Eu nunca duvidei que estava grávida antes, mesmo que a prudência e a razão me fizessem dizer que só podia afirmar com o teste na mão. Mas agora eu tenho dúvidas, às vezes. Às vezes eu acho que estou. Várias pessoas que eu conheço dizem que acham que eu estou. Mas eu já não tenho tanta certeza...

Eu já estarei no meu período fértil novamente quando chegar a hora de fazer o teste e com toda essa ansiedade, tenho medo de atrapalhar o processo todo.

Torçam por mim, meu maior desafio será esquecer que estou esperando completarem os 15 dias de atraso, e pensar inclusive que não estou grávida pra quando chegar o período fértil pensar que estarei fazendo o bebê. Porque se der negativo no Beta, a segunda chance estará lá.

Ou isso, ou a monstra descer. Se ela descer, tudo estará resolvido e meu coração se aliviará. Tá tenso aqui. A pior parte é a espera pra saber, porque a espera pra parir você já sabe que vai parir. Mas não saber se é positivo ou negativo é terrível...

Torçam por mim.
Beijos.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

[Fátima] Das contrações ao parto...


A minha gravidez foi uma maravilha, eu não senti nenhuma dorzinha, nem tive sangramento, nem precisei de repouso... Nada! Foi decidido até mesmo pelo lúpus, que evitaríamos o máximo a cesárea. O risco de trombose era grande, além de eu ser imunossuprimida, tudo em mim inflama com mais facilidade, essas coisas. E eu sempre achei parto normal um luxo, "digasse di passage"...

No dia 2 de outubro de 2007 (já com 39 semanas), lá pras 23h, eu comecei a sentir umas contrações leves, e pensei: "Será já a hora? AIKE LINDO!! FINALMENTE!"... As contrações foram se tornando mais intensas e o espaço entre elas foi diminuindo! Beleza... o hospital que eu pari (o que o plano de saúde cobria) não tinha obstetra de plantão e só aceitava grávidas já em trabalho de parto, então era hora de ligar para a obstetra que não atendeu as 100 chamadas que fiz e incomodar os vizinhos que tinham carro (Beijo para Elaine e para o Levi) ...Só me restou ir para o estacionamento do hospital esperar a minha bolsa estourar... Me julguem! Foi o que consegui pensar na hora, ué...

Eu sou uma pessoa calma, e nunca achei que gravidez fosse bicho de sete cabeças, então me arrumei direitinho, tomei um banho relaxante, arrumei minha bolsa e fui pro hospital. Cheguei lá, as dores passaram e eu consegui falar com a médica que me orientou a tomar um remedinho para dor caso ela voltasse, mas que ficasse atenta aos sinais de trabalho de parto. E volta a Fátima #chatiada ainda com a barriga para a casa...

Passei o dia bem, comi horrores, dormi horrores também, até que às 19h as contrações voltaram, mas voltaram com muita força. O remedinho não adiantou e eu tornei a ligar para a médica que me disse que eu estava "muito calma" para estar em trabalho de parto. Me orientou a ir ao um hospital público (que ela dava plantão, mas não estava no dia) aqui perto da minha casa para ser examinada por um obstetra (sim, eu cismei de ter contrações nos dias que a minha obstetra não atendia). Parti pro hospital, fui examinada por um médico lindão que disse que eu estava sim em trabalho de parto, mas que achava melhor eu ir pra casa e descansar porque ia demorar a nascer. E volta a Fátima #chatiada ainda com a barriga para a casa...

Eu não sei se foi o toque bruto do médico lindão, ou o excesso de buracos que o carro passou até eu chegar em casa, mas quando eu pisei na soleira da porta, a minha bolsa estourou! AÊ! A MINHA BOLSA ESTOUROU!! ALELUIA!! VAI NASCER!! (já eram 23h do dia 3 de outubro de 2007)

E lá fui eu (de novo) para o hospital, finalmente ter o meu bebê. O que eu lembro depois do que cheguei lá foi: dor, dor, dor, pessoas olhando a minha "dilatação", dor, esmagar a mão do meu pai numa contração, vontade de fazer força e não poder, fome, dor, médica chegando às 5h da manhã do dia 4 de outubro e perguntando o porquê de eu estar com cara de quem não estava sentindo dor.

Eu tive realmente muitas contrações (que a obstetra disse que eram leves), mas nada de dilatação... A bolsa tinha estourado tinha 12 horas e eu não tinha mais tempo: precisei recorrer à cesárea. Sobre ela não tenho muito a contar, deu medinho de tomar a anestesia, mas foi de boa. Foi rápido, a criança precisava nascer logo! Nasceu, chorou, me trouxeram para ver, eu examinei pra ver se faltava alguma coisa (sim, mães tem dessas), tirei até uma foto:

Mamãe, Milena e o Vovô Chico (04/10/2007 - 11h:55min)

Depois foi voltar pro quarto, e aguardar (com fome) o efeito chato da anestesia passar para eu finalmente ter o meu pacotinho em mãos. Gente, que pacotinho pequenininho e lindo... A carinha de joelho mais linda que eu já vi!

Foi bom! É bom ser mãe, mesmo com toda a dificuldade que eu tenho e das minhas briguinhas diárias com ela (isso vai ser colocado aqui em breve. Vocês vão se divertir, garanto!), é como se uma parte do seu amor mais puro fosse projetado pra fora de você e estivesse ali vivo para você fazer crescer mais e mais... É a única "coisinha" que posso dizer com toda a certeza que amo de verdade! Ówn! Emocioney!

Tá, e depois de toda essa manifestação de carinho, eu vou lá dar um "cheiro" na Milena e encerrar o post antes que eu chore, tá bom?!

Beijo nas crianças! =***


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

[Naluh] Casa de parto no Rio de Janeiro realiza partos pelo SUS

Reprodução. "Oficina de Culinária" - Fonte: http://smsdc-casadeparto.blogspot.com.br/

Pelas minhas andanças, que já acontecem há algum tempo, à procura de informação sobre gestação, partos e afins, li muita coisa. Mas recentemente, inadvertidamente, me deparei com um vídeo no facebook de um grupo de grávidas fazendo uma apresentação de dança do ventre. O vídeo por si só já abre margem para um post - e debate - mas ali vi pela primeira vez o nome da Casa de Parto David Capistrano Filho.

O blog da Casa de Parto, inaugurada há dez anos, mostra um pouco das atividades que são realizadas lá, tais como chás com atividades diversas para as gestantes (desde oficina de culinária a apresentações de dança), encontros educativos e o melhor: eles praticam o parto humanizado. Não são médicos realizando o parto e sim enfermeiras obstetrizes. As mães das fotos estão todas com muito boa aparência, os quartos tem camas e não macas (não sei se todos), tem banheira, jardim pras mamães tomarem banho de sol com seus rebentos... Eu disse que isso era o melhor? Me enganei. O melhor ainda está por vir: é coberto pelo S.U.S.

A CP tem o apoio da Prefeitura do Rio e da Rede Otics Rio - Padre Miguel e parece não ser real, de tão incrível que parece, esse oásis de humanização no meio de tanta monetização do parto. Se eu tivesse que parir em algum lugar que não a minha casa, com certeza seria em um lugar assim. Lindo de viver. Pela primeira vez, em muito tempo, me empolguei de parir em algum lugar que não em casa...

É possível que seja necessário ser residente do município do Rio de Janeiro, eu não liguei pra lá ainda. Quando tiver mais informações, editarei esse post. Mesmo assim, fica a dica para as futuras mamães.

Saiba um pouco mais pela reportagem da Revista Crescer e da EBC Rádios.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

[Fátima] A luta para escolher um nome de menina

Eu nunca tinha me imaginado mãe, ainda mais mãe de uma menina. A vida inteira eu repeti a frase: "Se um dia eu tivesse um filho, ele se chamaria Leonardo!"... Só que agora eu esperava uma menina... E, pelos deuses, foi um sacrifício escolher um nome.

Primeiro eu queria "Lilith" e pronto! Nome lindo, perfeito, super exótico e tudo a ver comigo... Porém não era um nome comum. Os familiares encheram o meu saco para botar um nome mais aceitável pela sociedade e eu os ouvi. (Por que eu os ouvi mesmo, hein?)

Eu queria muito que minha filha tivesse um nome de divindade feminina, então iria se chamar "Ísis". Agora estava tudo decidido! Êeeeee!......... Não! O pai (que foi presente durante um período) não gostou! Disse que parecia um "espirro", não um nome e eu o ouvi. (Por que eu o ouvi mesmo, hein?)

Beleza, então ia se chamar "Melissa"... O nome da música do Mercyful Fate e eu poderia cantar toda a vez que tivesse que chamá-la! Eu já conseguia imaginar ela adolescente no colégio contando "prozamigo metalero" o porquê desse nome tão lindo ao mesmo tempo que apresentava a banda de metal dos anos 80 que a mamãe curtia! Seria perfeito se não fosse por um detalhe: a moda das "Sandália Melissa" tinha voltado e eu não queria as pessoas comparando ela a sandálias. Na época eu era chata mesmo e me importava com muitas coisas que não me importo nem um pouco hoje, me julguem! Eu mereço... #chatiada

Eu já estava pirando, como sempre, até que algo "soprou" no meu cérebro o nome "Milena" e eu pensei "Por que não? Nomezinho legal...". Contei para o papai que gostou (ATÉ QUE ENFIM!!) e rapidamente associou à "Mileena" do Mortal Kombat (às vezes, ela dá até uns fatalitys sanguinários na mamãe), então ficou decidido esse mesmo, pronto!! ALELUIA!

Hoje em dia, penso que esse é o nome que combina com ela. Não consigo nem chamá-la por apelido! É "Milena", com a entonação certa para cada tipo de abordagem... Mas não pensem vocês que todos ficaram satisfeitos com esse nome: a própria não gosta. Desde que aprendeu a falar, ela joga na minha cara que queria se chamar "Violeta", acreditam? #facepalm

Indo embora então, pessoal... São (eram) 02:15h da manhã e eu tenho uma "Violeta" que acorda cedo e com fome! Próximo post ela nasce, eu prometo!

Beijinhos! =**


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

[Naluh] Estudando sobre maternidade

Como eu falei no primeiro post, quando eu comecei a ficar confusa com o desejo de ser mãe, eu comecei a estudar sobre maternidade. Li dezenas de artigos em sites nacionais e internacionais, fiz um curso de gestantes no site da Bebê.com.br, aprendi muita coisa. Muita coisa mesmo. Eu já sabia o que eram as contrações de Braxton Hicks e não estava nem perto de engravidar.

Quero compartilhar com vocês alguns sites e blogs que eu sigo e que me ajudaram muito a aprender sobre maternidade.

Blogs

enJOY it by Elise Blaha Cripe

Elise Blaha Cripe é uma designer que me ensinou muito sobre muita coisa, de crafts a como se preparar para ter um bebê. Ela é mãe da fofíssima Ellerie, de um ano e meio, que eu "conheci" desde o início. Foi muito legal acompanhar o processo. Quando a Elise foi ganhar a E, todos os seguidores sabiam e ficaram na expectativa. Ela avisou que tudo tinha corrido bem pelo twitter e foi muito legal a experiência. Ela mostra como faz as coisas pra filha e assim a gente vai aprendendo um pouco mais, todas as vezes. Esse ano ela compartilhou uma série de links com artigos que recomendava a leitura, e assim expandi meus horizontes um pouco mais. A maioria dos sites eu não me lembro mais, mas aconselho a exploração no blog da Elise.

Potencial Gestante

Blog da Luisa e do Hilan Diener, muito bacana. Comecei a ler o blog da Luisa quando o Benjamin era bem pequenininho. Dei uma desaparecida e quando voltei, a Constança já estava a caminho. A Luisa foi uma das pessoas responsáveis por me fazer estudar tudo sobre os partos domiciliares, já que a Sansa nasceu de um parto lindo, domiciliar planejado e assistido, e cujo relato você pode ler no blog. A Luisa é bem moleca e a linguagem dela é muito bacana. Eles também tem um canal do Youtube onde mostram cenas do cotidiano do Benjoca e da Sansa. Foi através deles que eu conheci a Família Moderna.

Manual da Familia Moderna

O Blog é comandado pela Tati Sabadini, que quando eu conheci era mãe apenas das gêmeas mais fofas que eu conheço: Maria e Bella. Estava grávida do Francisco (a.k.a. Fran-Chico) e acompanhar a história dessa família me ajudou muito. A Tati escreve sobre como viver e criar essas delícias e ao mesmo tempo sobre como cozinhar coisas saudáveis para essas delícias. Também sigo a Tati no Instagram, assim como a Luisa, e muitas das grandes lições vem de lá. Recomendo muito.

Sites

Bebê.com.br

O site da Bebê é um grande achado. Uma vez me recomendaram o da Pais e Filhos (que por sinal era uma revista em papel que eu gostava de ler quando era criança, rs), mas não achei tão legal quanto o da Bebê. Se você cadastrar o início da sua gravidez, ele vai contando com você e te mostrando artigos relevantes! Awesome! Também tem umas ferramentas muito legais, como numerologia, calculadoras e costumava ter uns blogs que eu li bastante. O Confessionário vale a visita, lá as mães falam de assuntos polêmicos sem medo e com experiência. Além disso tem o curso de gestante, oferecido por profissionais do Hospital Israelita Albert Einstein, em 21 vídeos que eu já vi, tenho o certificado (haha) mas vou ver de novo... Recomendo.

BabyCenter Brasil

O BabyCenter foi uma recomendação de uma amiga, e é muito bom! Também tem a timeline da gestação e muitos, muitos artigos úteis! Lá eu vi uma das coisas mais úteis de todos os tempos: uma galeria com um dossiê sobre cocô de recém nascido! Genial! Outra coisa bacana são os grupos (basicamente um fórum). As mães postam dúvidas e outras comentam ou respondem. Muito útil, aprendi várias coisas lá também.

E-familyNet (fórum)

Esse é o lugar. Aprendi quilos lá. De tudo, principalmente no fórum de tentantes. Por exemplo, se sei como identificar a minha ovulação, foi por causa desse fórum. O melhor lugar, sério. Se cadastrem. As usuárias lá usam aquelas barrinhas com contadores fofos de ovulação, de gestação, de crescimento do bebê. Aquele é o lugar. Corre e faz seu cadastro já.

Espero que tenham gostado das dicas. Até mais.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

[Fátima] A ansiedade que crescia junto com o bebê


Desde quando me entendo por gente, a ansiedade esteve presente na minha vida. Agora, imaginem uma pessoa ansiosa e grávida? Sim, eu estava doida para ver o rosto do meu bebezinho... EU QUERIA PARIR LOGO, SENHOR! Como eu disse no post anterior, descobri a gravidez já na 22ª semana. Levando em conta que meu bebê nasceu com 39 semanas e 5 dias, eu tive 17 semanas e 5 dias pra ficar louca, mas muito, mas muito louca de ansiedade...

Aí eu comia, muita coisa! Nos meus 3 primeiros meses de gravidez (quando ainda não sabia do "serzinho" dentro de mim), eu estava na minha primeira crise do Lúpus e não conseguia comer porque tinha lesões demais no meu céu da boca, então emagreci 10kg. Só que a crise tinha passado e eu tinha me tornado a "taurina grávida ansiosa"(e com 10kg de "bala na agulha" para engordar). Como era mágico e prazeroso sentar na mesa do café da manhã, desfrutar de toda aquela variedade de comida (porque quando você tá grávida, todo o mundo te mima com comida, é um fato) e depois, mais do que satisfeita, se sentir enjoada e vomitar tudo, claro! Porque grávida ansiosa tem dessas coisas!

E parece que tudo demora mais quando existe essa tal de ansiedade. Eu precisei de 3 ultrassonografias para descobrir que esperava uma menina, por exemplo. Aliás, eu chamei tanto de "bebê" por não saber o sexo, que passei a crer que esperava um menino, mesmo com todo o mundo me dizendo: "Mimimi, se está com as pernas fechadas,  é menina!"... E ela tinha que fechar as pernas para fazer mais suspense! Se era para deixar a mamãe louca, que deixasse desde dentro da barriga!

Outra coisa que me ajudou muito a controlar isso tudo foi o ponto cruz! Eu bordava como se não houvesse amanhã. Todo lugar que eu ia, estava acompanhada pelas linhas, agulhas, toalhinhas e um lanchinho! Porque ninguém trabalha com fome! Foi realmente uma pena eu não ter uma máquina de costura e só ter aprendido tricô quando minha filha já tinha 2 anos... Fazer o próprio enxoval é uma terapia das boas. Eu super aconselho!

Na época pareceu uma eternidade, mas revivendo a experiência enquanto escrevo, vejo é que passou rápido demais... A dica que deixo para as gestantes é que aproveitem ao máximo esse período porque é único e dá uma saudaaaade depois! Tenham calma, paciência e ocupem bem suas mentes com coisas boas. Não liguem se todo o mundo acha que vocês estão umas chatas por só falar sobre gestação, parto e aleitamento materno. Vocês podem ser chatas o quanto quiserem porque têm pessoinhas dentro de vocês e pronto! Argumento melhor que esse não existe! ;)

Beijinhos!!


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

[Naluh] Lidando com a ansiedade para fazer o teste

Imagem: http://biocelunicamp.wix.com/ppg#!galeria

Você foi lá, quando nasceu, fez os óvulos, seu marido foi lá, te doou os espermatozóides. Estão todos juntos no mesmo recinto, fazendo o que têm que fazer. Você quer saber o que está sendo feito lá, e como não dá pra olhar, baixa o aplicativo do Baby Center (que é muito bom por sinal), e fica vendo os gráficos e lendo os textos. Fica sondando seu corpo pra saber se vai sentir alguma coisa que indique que o danado do óvulo implantou. Porque se implantou é porque está fecundado. E, por mais que você queira, não dá pra saber se ele está fecundado até o momento dos testes. Dá pra sondar se vai ter dorzinha no ovário (que by the way eu tive no dia 2 de janeiro), se vai ter nidação, mas o problema todo é que eu acabei de entrar na terceira semana da hipotética gestação e é muito cedo pra qualquer coisa.

Quando completa uma semana da ovulação, você quer comprar o teste de farmácia, e vai pesquisar para saber o melhor momento para mijar no pauzinho. (Re)Encontra, então, o blog maravilhoso Trocando Fraldas e é chamada a razão: filha, o melhor momento para realizar os teste de farmácia é uma semana após o atraso da menstruação, sossega esse facho. "Mas... mas... mas... minha M está prevista pra chegar no dia 9 de janeiro e hoje ainda é dia 2 (era dia 2...)!!" Sossega porque esperar é o que você mais vai fazer daqui em diante. No final das contas, são só mais duas semanas. DUAS SEMANAS...

Senhor... Como é difícil esperar...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

[Fátima] A notícia (ou susto) da gravidez não planejada


Lembro como se fosse hoje o filme que passou pela minha cabeça quando recebi a notícia da gravidez. Estava eu lá, fazendo uma ultrassonografia rotineira do Lúpus para saber o motivo da minha menarca de quase 1 ano, quando de repente a médica me falou: "Vc tá grávida, né?".............. "O QUEEEEE, MOÇA? Mas como eu posso estar grávida se não faço nada há 4 meses? Isso tá quebrado, tá errado! 'NAO PODE SE'!". Mas era: um bebê já com 22 semanas.

Na hora, não consegui ficar feliz e nem triste... Um mundo de preocupações recaiu sobre a minha cabeça. Eu, doente, me entupindo de remédios, sem trabalho, sem namorado e com uma mãe severa me aguardando do lado de fora do consultório...

Mas eu precisava parir, então dei a notícia para a vovó, que ficou tão anestesiada com toda aquela gama de informações, que respondeu com um simples: "Ué... então tem que criar!". A parte pior (pelo menos para mim) já tinha passado, porém ainda havia a dúvida relacionada aos remédios. Eu não conseguia ficar feliz porque eu não sabia se poderia continuar com aquela gestação. Só que eu já sentia o bebê dentro de mim, a minha barriga cresceu no caminho do consultório até em casa, eu já sentia mexer, já sentia tudo! Fiquei num dilema durante uns 3 dias, até conseguir uma consulta com o médico do Lúpus que falou que estava tudo ótimo e eu poderia ter o bebê!

Pronto! Agora eu podia comemorar, contar para o mundo, soltar rojões, mimimi... Mas e o pré-natal? Nenhum obstetra queria me aceitar nas minhas condições de grávida negligente (#ficaadica para as futuras mamães: Comecem o pré-natal antes de engravidar, se possível... porque quanto mais se espera, maior o esporro que se leva do médico D: ). Ninguém estava interessado em ouvir a história da louca com Lúpus que não sabia que estava grávida, até que uma boa alma corajosa resolveu pegar o meu caso (um beijo para a Drª. Juliana).

O próximo passo seria o enxoval mesmo. Enxoval corrido, a maioria das coisas doadas e eu fui sagaz de fazer 2 chás de bebês: um de "acessórios" para a família e um só de fraldas "prazamiga". Isso realmente me salvou!

Acho que descobri minha gravidez no momento certo, eu estava esperando uma notícia ruim relacionada à doença e tive o sinal de que tinha saúde a ponto de "gerar"! Gerar é incrível, aliás... Mas isso fica pra outro post!!
Beijinhos!! ;**

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

[Naluh] A decisão de engravidar

Imagem por Jomphong - Freedigitalphotos.net
Engravidar ou não engravidar? Eis a questão.

Eu não queria filhos. Nunca quis. Quero dizer, quando eu era criança e adolescente eu quis. Queria dois pares de gêmeos. As meninas se chamariam Larissa e Melissa. Aí eu cresci. A ideia de parir, de ser responsável por um bebê/criança/adolescente era repulsiva, dizia que não tinha instinto maternal (e naquela época não tinha mesmo). Proferi discursos politizados sobre a quantidade de crianças órfãs no mundo e então, meus hormônios resolveram rir da minha cara.

No final de 2009 algumas pessoas próximas a mim pariram. E lutaram pra conseguir colocar o trem nos trilhos. Pra algumas tudo parecia difícil, outras não ligavam pra nada e, em meio a todo esse turbilhão, eu recebi um jorro de instinto maternal. E sofri como um cão. Eu não queria aqueles sentimentos mas não tinha escolha. Não dava para não sentir, e o "pior", querer. Comecei, então a estudar, lia tudo o que podia, fiz cadastros nos sites de maternidades, em fórum, vi trocentos videos de partos no You Tube, lia incessantemente. Acreditava que se eu vivesse a experiência através de outras mulheres, eu não precisaria passar por ela, acreditava que meu cérebro se contentaria. Ledo engano. Quanto mais eu lia, mais eu queria, e mesmo que eu não lesse não parava de querer. Estava muito enrascada. Chorei muito. Neguei muito.

Meu marido também não queria (mais) filhos. Ele tem uma filha de 23 anos que não pôde criar. Quando a reencontrou, aos 17 anos, ela veio no modo "kinder ovo". Eu amo minha enteada e acreditava que ela seria o mais próximo que teria de uma filha. Eu estava vivendo um drama secreto, com todo aquele desejo pela maternidade que não podia assumir, por orgulho, por medo, por tudo. Nunca tivemos condições financeiras que pudessem ser consideradas "confortáveis". Sempre ralamos muito, passamos por dificuldades, e quando eu lia quanto os especialistas diziam que custava um filho, eu surtava mais um pouquinho.

Demorou um pouquinho e nós, meu marido e eu, concordamos finalmente em engravidar. Isso foi no final de 2012 e planejamos para começar a tentar no início de 2013. Naquele ano eu prestei o ENEM, sem grandes esperanças, mas passei para História da UFF. Decidimos, então adiar para 2014 a inaguração da fábrica. Pois chegou em 2014 e nenhum de nós dois teve os colhões pra realmente dar o passo decisivo. Gente, que decisão difícil, essa a de engravidar! Tanta coisa em jogo: a liberdade, a individualidade, a faculdade, o relacionamento, o "sexo no chão da cozinha", as viagens dos sonhos e por outro lado, um desejo irracional e incontrolável de ter um filho. Uma coisa, entretanto, era certa: meu relógio daria o último tique-taque aos 30 anos. Essa é a minha deadline.

Então, ajustamos nossos ponteiros pra 2015. Mais seguros do que nunca - mentira -, mais apaixonados do que nunca pela ideia - verdade.

Um dos fatores fundamentais para toda essa paixão é a autobiografia do meu marido, que começou a ser escrita em 2009 também. Quando eu comecei a ler e conhecer o meu marido na infância, o desejo de ter um fedelho como aquele na barra da minha saia só crescia, em progressão geométrica e meu marido foi picado pelo mesmo bichinho: aquele que diz "quero um bebê na minha vida, será que será parecido com isso? Será que vai sentir assim, viver e ver assado?" Pronto. Estrago feito. Dois babões que decidiram que aconteça o que acontecer vamos fazer dar certo.

Às vezes eu ainda tenho uns surtos de insegurança. Minha vida parece tão legal pra eu abrir mão de tanta coisa por um bebê e, tipo, eu quero ser uma egiptóloga, isso inclui mestrado, doutorado e ainda faltam dois anos e meio pra eu me formar na graduação... Depois eu só lembro das coisas incríveis de se ter um bebê na vida, do arrependimento que terei (quase que certamente) se acabar não tendo esse bebê e repito comigo mesma: vamos fazer dar certo.

2015 é o ano. "Vamos fazer dar certo" é o meu mantra. Ao longo dos meses por vir vou falar de como planejamos fazer dar certo. Acreditamos que é possível criar um bebê com muito menos do que nos fazem crer que seja necessário, que dá pra ser feliz de formas autênticas e não ligadas à regras comportamentais ditadas por "terroristas da maternidade" e desprendido da realidade de consumo da sociedade capitalista. É um projeto de vida. Desejem-nos sorte.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Cortando as fitas

Olá, sejam bem-vindxs!

Esse blog é uma iniciativa de duas amigas que decidiram escrever sobre suas histórias de maternidade. A Fátima é mãe de uma menina linda de sete anos e a Naluh é tentante. Quem ficar aqui com a gente vai poder acompanhar um pouco de como funciona a vida de uma mãe solteira de 27 anos portadora de lúpus e a de uma universitária, casada, de 29 anos que decidiu que vai ser mãe.

Nossas duas histórias de vidas estão entrelaçadas pois somos amigas há muitos anos, desde antes de Fátima descobrir que estava grávida da Mi. Em alguns semestres nos vemos mais e em outros nos vemos menos, porque a rotina às vezes pesa. Independentemente de qualquer coisa, assistimos juntas sempre a estreia das temporadas de Game of Thrones, e essa é a nossa tradição. Nos reunimos na casa da Fátima, a Naluh e seu marido, mais seu irmão, o Marcus e passamos nosso tempo conversando, comendo gordices, bebendo e tentando evitar que a Mi veja as cenas de nudez. rs. É quase melhor que Natal! Esse ano, se tudo der certo, haverá mais um membro na família (sim, porque somos família), e estará na barriga da Naluh.

Cada uma de nós postará coisas pertinentes à sua própria história e você saberá quem está falando já no título que terá a etiqueta [Fátima] ou [Naluh]. Para acompanhar cada história em separado, você poderá clicar sobre História da Naluh ou História da Fátima, para ler apenas os posts de cada uma. Muitas vezes essas histórias incluirão as duas, assim esperamos, por toda a nossa vida, pois somos irmãs de alma. Gêmeas com três anos e três dias de diferença!

Esperamos que vocês gostem de participar desse projeto e esperamos, também, poder contar com a experiência, ideias e opiniões (construtivas) de todos vocês leitores.

Até mais!